Com as crescentes crises ecológicas contemporâneas, a sociedade busca alternativas para minimizar os efeitos da superexploração dos recursos naturais, com a promoção de ações em prol da sustentabilidade, como é o caso da arquitetura sustentável.
A princípio, o conceito se confunde com a própria arquitetura, visto que há a necessidade de analisar o entorno, as condições climática e, ao mesmo tempo, atender os interesses do usuário.
Contudo, as construções sustentáveis priorizam o respeito ao meio ambiente, além de propor soluções de eficiência energética e hídrica.
O termo “arquitetura sustentável” ganhou destaque no final da década de 1980, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Humano, durante a ECO-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro.
No entanto, o conceito não é novidade no Brasil, visto que desde os primórdios da história do país, as ocas indígenas utilizavam os materiais disponíveis na região, mão de obra local e recursos da natureza, tudo sem agredir o meio ambiente.
Assim, eram desenvolvidas casas sustentáveis e que cumpriam sua função social de abrigo.
Ou seja, assim como a sustentabilidade, a arquitetura ecológica ou sustentável visa garantir o avanço sócio-econômico, mas sem perder de vista a proteção ao meio ambiente.
Só que a crescente ampliação urbana modificou muito o cenário brasileiro e, com isso, o século XXI trouxe como meta do desenvolvimento sustentável o resgate às construções ecológicas, como forma de garantir a preservação da natureza para as próximas gerações.
No artigo de hoje, conheça dicas de materiais utilizados em arquitetura sustentável e saiba como incorporá-los ao seu imóvel. Acompanhe a leitura!
1 – Bioconcreto
O bioconcreto é um material relativamente novo, criado por pesquisadores da Universidade de Delft, na Holanda, que desenvolveram uma solução para auto regeneração do concreto, a partir da bactéria Bacillus pseudofirmus.
O microrganismo é encontrado em lagos congelados da Rússia e tem uma enorme capacidade para produção de calcário.
Quando incorporado ao concreto, a bactéria produz o carbonato de cálcio, que é apropriado para selar possíveis fissuras e poupar gastos com manutenção e mão de obra.
O material ainda não está disponível no mercado, mas a sua eficácia já foi comprovada em algumas aplicações, como em uma estação salva-vidas em um lago na Holanda, e nos canais de irrigação do Equador.
Com o bioconcreto, espera-se que os processos de retirada de entulho sejam otimizados e, além disso, haja uma significativa redução dos resíduos sólidos da construção civil.
2 – Bambu
O bambu sempre foi um material usado na construção de casas em aldeias e povoados nativos, especialmente no Japão e na China.
No entanto, ele foi gradativamente substituído pela madeira, que era considerada muito mais resistente.
De uns anos para cá, muitas pesquisas comprovaram a flexibilidade, resistência e durabilidade do bambu e, por isso, o material está ganhando cada vez mais espaços nas obras de arquitetura sustentável em todo o mundo.
Uma das possibilidades é o uso do bambu laminado ou engenheirado, um material sustentável e com uma estrutura impressionante.
Com uma taxa de crescimento mais rápida e um ciclo de colheita mais curto em comparação à madeira, as florestas de bambu são capazes de captar até quatro vezes mais a densidade de carbono.
Para as construções, o bambu laminado aparece como uma ótima opção de empresa de jardinagem e paisagismo, pois o material tem uma estética agradável, capaz de transmitir sensações de conforto, relaxamento e tranquilidade.
Além disso, o bambu laminado é extremamente forte, com capacidade estrutural três vezes maior do que a madeira.
Outra vantagem está no excelente custo-benefício, já que o preço do bambu pode ser muito atrativo.
Contudo, ainda há problemas com a resiliência do material e, por conta disso, recomenda-se o tratamento com conservantes.
Fora a aplicação estrutural, o bambu é comumente encontrado em móveis e artigos de decoração, como uma persiana sob medida feita com o material.
3 – Telhado verde
O telhado verde, também chamado de ecológico, eco telhado ou cobertura vegetal, nada mais é do que um revestimento coberto por vegetação ao longo de todo o imóvel.
Para o plantio do telhado verde, é necessário utilizar técnicas intensivas (para plantas mais profundas) ou extensivas (para raízes mais finas), sendo que a última é a mais usada em calha de telhado e casas residenciais.
A aplicação ganhou destaque nas grandes cidades, pois além de oferecer novas possibilidades de arborização, o telhado verde também reduz os efeitos das ilhas de calor, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
Além disso, o telhado verde oferece muitas outras vantagens, entre as quais:
- Melhoria na qualidade do ar, devido à fotossíntese;
- Isolamento térmico nas residências, com diminuição da temperatura;
- Melhoria no sistema de drenagem dos imóveis;
- Redução dos ruídos sonoros, com ótimos isolamento acústico.
Vale dizer que nem todas as estruturas estão aptas para receber um telhado verde.
Caso o imóvel seja coberto com gesso rebaixado, por exemplo, o ideal é ter um revestimento em concreto ou madeira para fortificar o local.
Também é importante contar com profissionais qualificados para o projeto e instalação dos telhados verdes, já que dependendo da estrutura, há o desafio do plantio correto.
4 – Lâmpadas LED
As lâmpadas LED (Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz, em português) já são velhas conhecidas aqui no Brasil, devido a grande economia de energia que proporcionam.
Em comparação às soluções de iluminação tradicionais, o LED reduz em até 80% o consumo de eletricidade, além de ter uma maior vida útil.
Além disso, as lâmpadas LED têm maior eficiência do que as incandescentes e halógenas, com capacidade média de 50 lumens/watt.
Por emitir um comprimento de onda monocromático, ou seja, a emissão da luz na cor certa, conforme o espectro de cores, as lâmpadas LED tornam o ambiente mais vivo e saturado, combinando perfeitamente com todos os tipos de decoração.
Não é à toa que alguns pontos de iluminação LED são colocados em locais estratégicos, por exemplo, as lâmpadas próximas a cortina para sala moderna, para dar um toque de sofisticação ao espaço.
5 – Replast
O replast é um tijolo fabricado a base de plástico reciclado, criado nos Estados Unidos, para aplicação em projetos de arquitetura sustentável.
O material dispensa o uso de argamassa, bem como qualquer outro adesivo para instalação, o que reduz significativamente os custos para construção das estruturas, além de diminuir o desperdício de materiais e a produção de resíduos.
O replast representa um dos produtos mais vantajosos em termos ambientais. Em primeiro lugar, porque ele é feito com os plásticos descartados, a partir de processos de reciclagem.
Desse modo, em um serviço de aluguel de caçamba para entulho, por exemplo, é possível aproveitar grande parte do lixo seco, diminuindo os impactos à natureza.
A fabricação do replast também não emite poluentes atmosféricos, como o CO2, um dos gases mais prejudiciais para o efeito estufa.
Até o momento, o replast ainda não pode ser usado para estruturas de casas, mas os blocos já são empregados em barreiras e paredes de estrada.
6 – Sistemas para captação de água da chuva
Os sistemas de captação de água pluvial reduzem o consumo de água em até 60%, oferecendo muitas vantagens econômicas e ambientais.
Com esse complexo de manutenção hidráulica, é possível direcionar a água da chuva para vasos sanitários, irrigação de jardins, além de serviços de limpeza.
Para a instalação do sistema, é preciso ter uma cisterna (normalmente plástica, em formato vertical modular), que fará a armazenagem da água e, posteriormente, o direcionamento correto para o reaproveitamento.
É importante ressaltar que a água pluvial não é potável, visto que ela pode conter partículas de sujeira, fuligem, microrganismos e substâncias tóxicas, como o sulfato, nitrato e amônio.
Por esse motivo, recomenda-se que a destinação seja feita para atividades que não demandam o consumo humano.
7 – Painéis fotovoltaicos
Os painéis fotovoltaicos são desenvolvidos para a captação dos raios solares e transformação em energia, para aquecimento de chuveiros ou conversão em eletricidade.
O funcionamento ocorre por meio da energia fotovoltaica, que consiste na absorção da irradiação e conversão em eletricidade. Por isso, quanto maior é a radiação solar, maior é a quantidade de energia gerada.
A energia solar é considerada uma das fontes energéticas mais limpas do mundo, pois ela não traz nenhum impacto para a natureza.
Em países tropicais como o Brasil, onde o Sol é frequente o ano todo, a solução aparece como uma das opções mais viáveis na arquitetura e desenvolvimento sustentável.
Conclusão
A arquitetura sustentável é uma das tendências do mundo atual.
Por esse motivo, cada vez mais pessoas optam pela instalação de materiais ecologicamente corretos em suas casas e, além disso, o próprio mercado está em busca de soluções em prol da sustentabilidade.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.