Já não é segredo para ninguém o quanto a tecnologia tem avançado, e como a realidade aumentada e certas novidades digitais impressionam cada vez mais. O que nem todo mundo imagina é até onde é possível ir com algo como ambientes 3D.
Embora o avanço do universo de games viesse desde a virada do século, foi o Google Street View quem ajudou a disseminar a tecnologia de tour virtual em 360 graus, que é aquela que permite que a gente, pelo computador, “ande” num ambiente.
Primeiro foi feito isso na versão Maps, permitindo que qualquer usuário acesse a plataforma (que nem exige instalação) e explore as principais cidades do mundo. Depois veio o Museum Views, que proporciona o turismo online pelos mais famosos museus.
Os setores hoteleiros logo aplicaram a mesma tecnologia, assim, as pessoas podem ter uma prévia incrível do que deve ser a experiência de caminhar por aquele hotel na cidade dos sonhos, andar pela praia, conhecer as avenidas, os pontos turísticos, etc.
Enfim, o segmento imobiliário não ficou atrás, e também aprendeu a investir em ambientações virtuais, especialmente nesses tempos recentes de pandemia. Com isso, o isolamento social só aumentou uma tendência que já estava aí.
Mas será que é tão simples implementar isso? Se você quer entender melhor qual a importância dessa tecnologia no setor imobiliário, basta seguir adiante na leitura.
Mobília e até design de interior virtuais?
Hoje, além de visitar uma casa em detalhes sem precisar sair do lugar, há recursos semelhantes para construtoras, como criar uma casa do zero (ou mesmo um prédio inteiro), mostrando em detalhes como ela vai ser assim que ficar pronta.
No tocante aos moradores, uma tecnologia semelhante e igualmente incrível é a do Virtual Home Staging, que permite mobiliar uma casa virtualmente. Isso tem aumentado bastante o engajamento das pessoas e até mesmo a venda e locação de imóveis.
Essa tecnologia, também conhecida pela sigla VHS, permite projetar alguns reparos e demonstrar todo o potencial de qualquer espaço, seja ele residencial ou comercial. Assim, antes da mobília, dá para ajustar a iluminação, as paredes e tudo o mais.
O princípio dessa tecnologia é o mesmo de alguns softwares mais antigos (como veremos abaixo), que já serviam para projetar algo como a criação de um pendente de luz para oficina, e hoje servem para design de interiores e ambientação, tudo digitalmente.
Com isso, em vez de visualizar fotos sem graça de um espaço vazio e parado a sabe-se lá quanto tempo, é possível ver um ambiente com sofás, mesas, poltronas, além de detalhes como quadros, tapetes, abajur e até porta-retratos com suas fotos pessoais.
Após verificar que a construção realmente atende às expectativas do cliente, ele pode conferir em fotos reais qual é o estado atual do imóvel. Assim, não é difícil fazer um planejamento de quais serão as etapas necessárias para reformar/mobiliar o espaço.
Softwares de ambientação
Todo arquiteto já teve a experiência de conceber o projeto dos sonhos e, na hora de explicar para o cliente, ver que não encantou tanto assim. Claro, pois os dois não “falam a mesma língua”, mas por sorte, hoje a informática pode ajudar com isso.
Um dos softwares de arquitetura mais conhecidos é o AutoCad. Embora tenha surgido na área de engenharia industrial, hoje ele permite fazer ambientação 3d, conceber um projeto em detalhes, mostrar exatamente com a construção vai ficar e muito mais.
Para isso, ele inclui funções que, indo além da ambientação tridimensional, incluem até mesmo maquetes eletrônicas. Aqui já pode entrar o reforço de outro software, que pouca gente sabe, mas também serve para essa finalidade: o Photoshop.
Embora ele não seja voltado especificamente para arquitetos/imobiliárias, é possível utilizá-lo de modo intuitivo e prático. Dá para pegar um projeto já avançado e simplesmente dar aqueles acabamentos que faltavam, tais como:
- Correção de luz;
- Corrigir saturação e cor;
- Inserção dos famosos filtros;
- Trabalho com camadas;
- Clonar imagens e seleções rápidas;
- Entre outras funções.
Uma indicação mais técnica é a do Revit. Não é possível falar em ambientação 3D sem ele, pois, nos últimos anos, a marca tem se lançado como substituta do clássico AutoCad. De fato, ela integra cálculos e matérias para a criação de projetos inteiros.
Outro nome forte é o SimLab. Ele é leve e permite importar elementos 3D e inseri-los entre outros materiais. Além disso, o software é referência na projeção de luz interna e externa, seja a noturna ou a diurna; sem falar na renderização facilitada.
Agora, se você quer ir além das fotos e maquetes, é possível produzir vídeos de maneira fácil com o Lumion 3D. Ele foi pensado para ser intuitivo, mais ou menos como um aplicativo de celular, apesar de contar com vários recursos técnicos.
Neste caso, se o projeto inclui algo como sonorização de ambientes residenciais, é possível projetar virtualmente até mesmo os detalhes de multimídia. No final, você consegue fazer a produção de vídeos completos com pouco know-how na área.
Por fim, vale mencionar o 3DSMAX, um modelador que cria imagens incrivelmente realistas. Além da proposta central, ele permite a famosa instalação de plugins, o que melhora a usabilidade e o alcance de aplicação da ferramenta.
Afinal, o que exatamente é a venda online?
Além de todo esse suporte tecnológico com que o universo de ambientação tridimensional conta atualmente, há os fatores comerciais já citados acima. Como todo mundo sabe, a embalagem representa mais de 50% de um produto.
Há quem diga que ela seja uma das grandes responsáveis por uma venda, seja na hora de apresentar algo popular e de apelo, como um espelho em formato de dente, seja para oferecer produtos mais complexos ou mesmo um serviço.
Nesse sentido, é claro que “embalar” vai muito além da caixa ou sacola em que um produto pode ser colocado. Trata-se da apresentação, da maneira de comunicar ao público, tal como o tour virtual em 360 graus de que falamos acima.
Aí é que entra outra razão muito importante para as imobiliárias investirem em ambientação 3D. Em tempos de pandemia, se não fosse esse recurso, as construtoras, incorporadoras e imobiliárias teriam ficado totalmente paradas, o que é impraticável.
Pelo contrário, algumas chegaram a criar verdadeiros Feirões de Venda Online, superando as expectativas na venda de apartamentos prontos e semiprontos. Já na negociação com pessoas jurídicas, tem sido ainda mais fácil.
Imagine a apresentação online de uma sala reunião pequena. Mesmo sem muita tecnologia não seria difícil, mas com a ambientação tridimensional é possível tornar a experiência até melhor, em termos de praticidade, conforto e segurança.
Se a visitação pode ser feita assim, nem é preciso falar da parte burocrática, como troca de assinaturas, verificação de documentações e toda a parte financeira, que, em geral, já estava mesmo digitalizada e integrada com a internet.
O impacto da pandemia nesse cenário
Como é sabido, a pandemia exige de todos nós um comprometimento muito maior do que em tempos comuns. Afinal, nunca algo tão simples quanto utilizar uma máscara ou higienizar as mãos foi tão importante, a ponto de poder salvar vidas.
Hoje as dicas de higienização civis podem ter a mesma importância que um laudo periculosidade inflamáveis de uma indústria química. Então, quando uma imobiliária dispõe de algo como uma visitação online, ela também efetua um ato ético e humanitário.
Um exemplo prático é o de pessoas de grupo de risco que estavam negociando algo no setor imobiliário e, de repente, se viram numa situação em que nem podiam mais sair de casa. Com ajuda da tecnologia, elas foram reintegradas no processo.
Quem quiser ainda pode curtir a experiência de um tour virtual na televisão, ou mesmo em um projetor de vídeo portátil h80 full hd, se tiver um desses em casa.
O importante é a imobiliária não se esquecer de que a experiência de compra deve ser melhorada em todos os sentidos. Para isso, é preciso dar um amparo que cumpra com todas as etapas da jornada de compra, como veremos adiante.
Como aprimorar essa tendência?
Quem nunca teve a experiência de comprar algo por e-commerce e não ter um suporte à altura do que esperava?
Claro que alguns serviços tradicionais, como impermeabilização de piscina elevada, sempre precisarão ser feitos presencialmente. Mas tudo o que pode ser adaptado para o online, precisa ser repensado completamente.
Portanto, não basta que a imobiliária jogue algumas fotos em alta definição ou vídeos tridimensionais no site. É preciso criar toda uma experiência, que pode contar com o auxílio das redes sociais, de um vlog, de chats e até mesmo de videoconferências.
Especialmente porque tudo isso tem se tornado uma tendência incontornável, um novo normal. Assim, é possível dispor, por exemplo, de corretores e consultores de venda em tempo real, recebendo todo suporte necessário e tirando todo tipo de dúvidas.
Com isso, vemos como a ambientação virtual está inserida em todo um contexto de digitalização da experiência de compra, tornando-se indispensável para uma imobiliária que queira proporcionar o melhor para todo tipo de cliente.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.