Um recurso que reúne funcionalidade e beleza, a abóbada está presente nas principais construções da História e é disputada nos projetos de construção familiar por conferir elegância e imponência ao ambiente.
Um teto de formato côncavo, sustentado por um conjunto de pilares, apresentando detalhes esculpidos em seu interior é parte de templos, casarões e prédios públicos, assim como projetos residenciais para terraços e áreas de convivência.
Podendo ser coberto por vidros em cúpulas e jardins de inverno, a abóbada surgiu ainda na Antiguidade como técnica que visava uma melhor distribuição do peso sobre as colunas de uma construção, além do maior aproveitamento do espaço interno.
Construídas com o uso de tijolos, cimento, argila e outros materiais comumente utilizados nos projetos mais simples, a instalação de uma abóbada é considerada acessível a depender do estilo escolhido.
As abóbadas podem ser aplicadas com as seguintes finalidades:
- Criação de focos de luz natural para espaços internos;
- Ampliação de terraços;
- Cobertura de corredores externos;
- Aumento da sensação de amplitude em ginásios e galerias.
Estes recursos se multiplicam em diversas modalidades, com níveis de complexidade variados, bem como o uso dos materiais empregados no estabelecimento da estrutura e no acabamento. Portanto, seu valor pode atingir somas que dobrem o custo mínimo.
Sua implantação deve ser acompanhada por um profissional que analise questões como o peso, posicionamento e viabilidade do projeto. Uma opinião especializada pode economizar recursos, otimizar a construção em termos de aparência e uso, além de evitar acidentes.
Abóbadas: uma janela curva para o céu
O uso mais evidente deste recurso arquitetônico está nos monumentos de dimensões impressionantes e construções religiosas, aplicável especialmente em cúpulas que permitiam uma visão direta do céu.
Coberta por vitrais, a luz natural que refletia sobre as cúpulas iluminava os desenhos esculpidos em vidro, permitindo ao visitante um vislumbre do firmamento. Acentuando a simbologia destes locais, a abóbada era um lembrete de algo além da realidade comum.
Uma das primeiras soluções tecnológicas avançadas da arquitetura, as abóbadas surgiram inicialmente para resolver o problema do peso e recursos utilizados para construções com muitos metros de altura. Além de tijolos, usava-se pedra e vigas horizontais na base.
Apoiada entre colunas, sua diversificação foi impulsionada pelo avanço dos estudos matemáticos da geometria de esferas, permitindo a montagem de estruturas que combinavam um ou mais arcos em ângulos distintos.
Abóbada de berço
As abóbadas de berço são modelos básicos que consistem em um arco, ou seja, a metade de uma circunferência, sustentado por paredes ou pilares e ampliados por suas laterais. É comumente empregado em longos corredores.
Apesar de criar um visual poderoso, as abóbadas de berço são estruturas pesadas, exigindo por vezes a colocação de grossas vigas horizontais entre a base do arco e o pilar de sustentação. A estrutura compromete também a iluminação do espaço.
Isso se dá porque a abóbada de berço depende do menor número de vãos possível na parede para garantir a segurança da construção. Desta forma, a criação de janelas e painéis é seriamente comprometida.
Tais problemas estimularam a arquitetura em direção a modelos mais otimizados de construção de tetos curvos e impermeabilização de telhado, confeccionando as abóbadas de aresta, de ogivas, geodésica e de combados.
Abóbada de aresta
Composta pela combinação entre duas abóbadas de berço em ângulo reto, as abóbadas de aresta possuem sustentação própria, são mais leves e permitem a instalação de janelas mais amplas e outros modos de iluminação natural.
Seu peso é distribuído em quatro nervuras que podem ser apoiadas em pilares, dispensando o uso de paredes neste processo. Nem toda a sua base está em contato direto com as colunas que a sustenta e seus arcos suspensos conferem leveza à construção.
Abóbada de ogivas
Projetada para responder a demandas por maior segurança e resistência, as abóbadas de ogivas multiplicam as nervuras já presentes nas abóbadas de arestas em seis arcos sustentados por seis pilares, ao invés de quatro.
Visto na arquitetura medieval, as abóbadas ogivais permitem a visualização de suas nervuras por quem observa sua estrutura interna, consideradas elemento estético. A melhor distribuição de seu peso cria arcos mais profundos, uma acentuação de sua concavidade.
A partir de então, instalam-se as técnicas de impermeabilização de paredes internas e o preenchimento com vitrais nos espaços entre os feixes da construção, adicionando luz e beleza à ambientação dos templos espalhados pela Europa.
Abóbada geodésica
Também referida como um domo, a abóbada geodésica está presente em construções da era contemporânea, posterior ao ano de 1960 e herdada da cultura americana, aproveitada atualmente em projetos arquitetônicos de empresas e parques tecnológicos.
De formato futurista, o domo geodésico é montado através de triângulos que são alinhados para construir a metade de uma esfera. Associada à arquitetura sustentável, sua tração se dá por barras metálicas que demarcam os polígonos e distribuem o peso.
As abóbadas geodésicas conferem uma climatização natural eficiente, mantendo o espaço interno quente durante o frio e fresco em tempos de calor. Aspectos como ventilação e absorção solar são responsáveis por este efeito.
A disposição de uma estrutura metálica galpão na construção destes domos se estende na arquitetura contemporânea onde teto e paredes estão reunidos, eliminando pilastras, correntes e outros elementos de sustentação da arquitetura tradicional.
Abóbada de combados
Caracterizado por seu teto mais baixo em comparação aos demais estilos de abóbadas, além de sua composição renascentista, a abóbada de combados possui uma aparência muito específica, com feixes em formato de flor em seu centro.
Apesar da beleza da figura, seus feixes representam um modo de sustentação distinto dos modelos ogivais e de arestas. De origem ibérica, a abóbada de combados surge para manter o design das abóbadas de berço sem comprometer o peso e iluminação do local.
Construindo uma abóbada
Construir uma abóbada requer o conhecimento e aplicação de elementos básicos de construção como alvenaria, pedras, madeira e outros materiais orgânicos. Incluir uma abóbada no projeto pessoal, no entanto, não é uma tarefa difícil.
É possível criar estruturas neste formato com o menor custo possível, mantendo a beleza e a funcionalidade do recurso. Os modelos mais econômicos de abóbadas utilizam tijolos de cerâmica ou barro comum e argamassa.
A construção econômica de uma abóbada segue os seguintes passos:
- Preparação da argamassa;
- Instalação de andaimes;
- Preparação dos tijolos;
- Demarcação das flechas da abóbada;
- Preenchimento dos vãos.
Com o auxílio de profissionais da construção civil, levanta-se uma abóbada apoiada em quatro paredes, dispensando o uso de estruturas de metal para a sustentação da estrutura.
1 – Preparação da argamassa
A argamassa utilizada na construção de abóbadas é semelhante ao material usado em paredes comuns em construção de galpão pré moldado, uma mistura de cal, cimento e areia, na proporção de oito partes de areia para cada parte de cimento e cal.
O composto é misturado junto com água em proporções que variam de acordo com o nível de consistência desejado. As argamassas utilizadas na construção de tetos como abóbadas e lajes tendem a ser mais espessas que o comum.
2 – Instalação de andaimes
Em estruturas semelhantes a um porta pallet industrial, os andaimes são suportes de segurança para os trabalhadores da construção civil, visando o alcance de regiões mais altas e a redução do risco de acidentes.
Em estruturas de metal e madeira, estes suportes são leves, estáveis e de rápida montagem, utilizados no preenchimento das regiões mais altas da abóbada, podendo passar os cinco metros de altura.
3 – Preparação dos tijolos
A construção deste tipo de abóbada se inicia na base de cada feixe, exigindo tijolos que pensem em torno de 50 e 60% do peso de cada unidade empregada no levantamento das paredes. O uso de luminária led grande para melhor visualização pode ser necessário.
Para alcançar este peso, o tijolo é partido ao meio, assumindo um formato retangular e seu comprimento é o dobro de sua altura. Os tijolos são dispostos na localização das flechas em um ângulo de quarenta e cinco graus da parede, sustentado pela argamassa.
4 – Demarcação das flechas da abóbada
A construção de uma abóbada para projetos residenciais costuma apresentar seus modelos mais simples, como as abóbadas de berço e de aresta, contendo um número menor de feixes. A base dos arcos deve ser previamente demarcada.
A instalação desta estrutura observa a implantação de janela de banheiro de vidro e outros recursos de iluminação, realizando os cálculos necessários quanto ao comprometimento da capacidade de sustentação de paredes e colunas.
5 – Preenchimento dos vãos
O preenchimento dos vãos segue uma linearidade entre fileiras, onde os espaços entre tijolos e a altura de cada linha de construção permanece a mesma. A tendência é que o final de cada feixe termine em um ângulo de noventa graus em relação à parede.
Todo aspecto do processo deve ser analisado com cálculos constantes de distância e os ângulos apresentados por fase, de modo a identificar erros e os maiores pontos de tensão estrutural. O cuidado se estende a outras intervenções como pintura residencial sp.
Conclusão
A abóbada é um dos recursos arquitetônicos mais antigos e belos da História. Como todas as grandes tecnologias, surgiu da necessidade pelo avanço das construções sofisticadas, permitindo a criação de espaços maiores com as limitações do período.
Seu desenvolvimento acrescentou segurança e vitalidade para a construção civil, além de introduzir conceitos geométricos utilizados até hoje pela arquitetura contemporânea na reprodução de formas curvas e esféricas.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.