Sem dúvida nenhuma, um dos traços mais marcantes do brasileiro é o do “sonho de comprar a casa própria”.
Porém, também já se tornou um consenso que nem sempre é fácil saber qual a melhor hora para adquirir um imóvel, seja casa ou apartamento.
De fato, trata-se de uma das aquisições mais complexas que existem no mercado.
Além do que, dificilmente alguém vai chegar a adquirir outro bem com valor agregado tão alto quanto uma casa, mesmo considerando a vida toda da pessoa.
Basta imaginarmos todo o esforço de análise e estudo que precisa ser empreendido, desde periciar as instalações da rede elétrica e da hidráulica até prestar atenção na necessidade de instalar um toldo de aluminio para janela de apartamento.
Tudo isso faz parte do processo de compra, sobretudo, se você não quiser enfrentar transtornos futuros.
Ao mesmo tempo, não podemos nos esquecer de que o setor de Casa e Construção é um dos que mais crescem no Brasil.
Sendo assim, mesmo diante de tantas dificuldades e desafios, inclusive em meio a várias crises financeiras que ocorrem nos últimos anos, as pessoas simplesmente continuam em busca da realização do seu sonho.
Nem é preciso emitir alguma opinião a respeito, pois existem pesquisas e levantamentos que comprovam isso.
Por exemplo, um boletim recente projetado pela CBIC, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Lembrando que esses estudos exploram desde construcao de condominios e obras públicas até casas, apartamentos, conjuntos comerciais e afins.
O que se verificou é que o setor está surfando uma curva de mais de 20% de crescimento. Tudo isso comparado com o mesmo período dos anos anteriores.
O mais incrível é que em termos de PIB isso significa 4% do crescimento geral do país, representando algo em torno de R$ 3 bilhões.
Por isso, decidimos escrever este artigo, trazendo aqui as melhores dicas sobre como exatamente saber se é a hora certa de comprar um imóvel.
O mais bacana é que isso inclui todos os aspectos envolvidos, do mais burocrático ao mais prático.
Sendo assim, seja para entender a parte de documentações ou para decidir se um pintor comercial pode deixar um imóvel do jeito que você quiser após a compra, basta seguir adiante na leitura.
Lembrando que nada é infalível na vida, porém, o mais importante é ter a certeza de que você tomou a melhor decisão que estava ao seu alcance.
Certamente, isso já vai evitar transtornos e garantir que o que era para ser um sonho não vire um pesadelo.
Sobre a burocracia e a papelada
Nem sempre é preciso ser especialista para entender melhor toda a burocracia e a papelada envolvida na compra de um imóvel.
No entanto, também não é possível passar por tudo isso sem prestar muita atenção.
Até porque, o Brasil acabou ficando conhecido por ser um país bastante burocrático, inclusive por ter três instâncias que podem ter suas exigências próprias (municipal, estadual e federal).
Contudo, engana-se muito quem pensa que isso é assim só na hora de comprar um imóvel.
Na verdade, uma empresa que vende cancelas para condominios passa pelo mesmo, como na hora de emitir a nota fiscal e recolher os tributos, por exemplo.
Assim, para facilitar a compreensão quanto à negociação imobiliária, basicamente há quatro pilares de documentação que precisam ser levados em conta:
- Os documentos do imóvel;
- O contrato de compra e venda;
- Os documentos do vendedor;
- Os documentos do comprador.
Adiante, vamos aprofundar cada um deles, mas o importante é saber que se qualquer uma dessas frentes ficar de fora, certamente vão surgir problemas no futuro.
Ao mesmo tempo, deixando-se conduzir por elas, vai ficar mais fácil estudar o assunto, compreender as exigências e deixar tudo em dia na hora certa.
Assim, você também já começa a entender melhor se está na sua hora certa de comprar um imóvel.
A documentação do imóvel
Aqui nós lidamos com o próprio bem que está sendo comercializado, que tem sua papelada própria como modo de comprovar seu histórico e situação atual.
Por exemplo, impedimentos ou ônus que haja em relação a tributação ou qualquer outro tipo de dívidas, que podem inclusive incidir juros e grandes prejuízos.
Para ficar em dia com isso, foque na matrícula do imóvel, pedindo uma versão atualizada.
Depois, a escritura definitiva precisa ser solicitada e verificada no próprio Cartório de Registro de Imóveis, conforme cada região.
Além disso, há outros elementos para considerar, como certidão de logradouro e certidão negativa de débitos.
Aqui você investiga até se um serviço de moldura de gesso no teto pode ter gerado algum ônus não quitado.
Porém, o mais importante de todos ainda é o habite-se, que atesta que o imóvel está em perfeitas condições para ser habitado.
O contrato de compra e venda
Depois de liberado o habite-se (ou durante o processo, caso você queira economizar tempo), é hora de sentar e estudar a fundo o contrato.
Ele diz respeito mais à negociação do que ao imóvel em si, mas é fundamental. Aqui um advogado ou imobiliária dando o suporte pode fazer toda diferença.
Há contratos que são exaustivos sobre as condições do imóvel, descrevendo desde elementos estruturais até detalhes como o tipo de assoalho de madeira.
Também é aqui que surgem as negociações sobre formas de pagamento, como a maioria das vezes se dá com parcelamento, é preciso detalhar qual órgão bancária fará parte, quais serão os prazos, juros e regras.
Sobre vendedor e comprador
Por fim, o comprador tem que entrar com toda uma papelada para evitar fraudes, tais como CPF, Certidão de Protestos, Tributos e Interdição, além de Comprovante de Estado Civil.
Pode parecer um detalhe, mas imagine se você compra um imóvel de alguém que diz não ter cônjuges e herdeiros, mas na verdade tinha. Seria um transtorno enorme.
Da sua parte, é preciso entrar com os documentos básicos também, sobretudo no caso de financiamento bancário, que vai exigir mais ainda.
Mais sobre a “hora certa”
Caso um dos pontos detalhados acima não possa ser atendido, infelizmente ainda não está na hora de você comprar um imóvel, ou ao menos um específico.
Porém, há também outros pontos que você precisa levar em conta, os quais gostaríamos de aprofundar daqui adiante, tornando o processo ainda mais fácil e seguro.
Valores financeiros
É difícil negar que o maior determinante é a questão financeira, contudo, você também pode desenhar planos de economia e poupança para realizar seu sonho.
Portanto, se já tiver o perfil de quem poupa e consegue gerar a devida renda extra, é um forte indício de que está na sua hora de investir a sério em um imóvel.
Um conselho é não se comprometer com valores ou parcelas que representem mais de 50% da sua renda mensal líquida.
Compromissos pessoais
Outro ponto fundamental é o estilo de vida que você leva, como a mudança do estado de namoro para o de noivado.
Neste caso, obviamente seria bom já começar a pensar na casa própria.
Até porque, se o noivado durar um ou dois anos, os dois lados podem aproveitar para juntar o dinheiro da entrada, depois parcelando o restante.
Esse também é o cenário clássico em que os noivos podem ficar encantados em definir cada detalhe da sua futura moradia, da cortina painel para sala até a quantidade de quartos e cômodos.
Metas de vida
Também há o cenário de quem mora com os pais ou divide a casa com alguém, mas simplesmente decidiu dar um passo a mais na vida.
De fato, comprar um imóvel pode ser um modo de poupar dinheiro, assumir responsabilidades e ainda conseguir um nível excelente de independência.
Se em vez de sentir medo ou frio na barriga os seus olhos brilham ao ler essas palavras, então provavelmente sua personalidade já está pronta para dar esse passo.
O papel da negociação
Por fim, gostaríamos de dar algumas dicas sobre a realidade comercial da negociação de compra de um imóvel.
Uma dica de ouro é pesquisar muito, o que vai muito além da parte burocrática. É preciso visitar o imóvel e a região em dias diferentes, para verificar como é o transporte ali, a vida noturna, a segurança, a vizinhança e tudo o mais.
As partes técnicas como saber se a varanda tem um bom corrimao com guarda, ou se o telhado está bem vedado, você pode fazer com a ajuda de alguém que entenda do assunto, seja um amigo ou profissional da área.
Também é preciso posicionar-se em relação aos vendedores e corretores.
Isso inclui desconfiar dos valores e fazer contrapropostas, mas sempre com bom senso, depois de entender melhor o mercado, a região, o imóvel e tudo o mais.
Conclusão
Portanto, identificar que o Brasil passa por crescimentos exponenciais na área de Casa e Construção só demonstra que, no fundo, o sonho da casa própria está cada vez mais acessível.
No entanto, falar genericamente não adianta, é preciso saber se é a hora certa de comprar um imóvel, e com os conceitos e conselhos que demos acima, vai ser bem mais fácil.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.