O conceito aberto é algo que surge no meio dessa tendência toda da área de decoração e design de interiores, visto o quanto o brasileiro tem se interessado por esse universo.
De fato, o interesse por esse setor é algo que depende de alguns fatores macroeconômicos, como o crescimento financeiro da maioria da população, pois sem isso dificilmente a construção civil e a indústria moveleira teriam seu espaço.
Por exemplo, um país só pode despertar seu interesse por algo como paisagismo jardim de inverno quando já existe uma pré-condição por parte de classes econômicas, como o acesso a crédito e as devidas facilidades e trâmites típicos da área.
Quem demonstra tudo isso de modo inconfundível é uma pesquisa recente realizada pela Ebit/Nielsen, que é uma referência em sua área.
Ela mostrou que nos últimos dez anos o setor de Casa, Móveis e Decoração foi um dos poucos que só cresceu.
Muitos passaram por oscilações e até retrações, mas esse segmento não apenas manteve uma curva positiva, como no último período exato apresentou um percentual de mais de 50% de crescimento, tanto no varejo físico quanto em e-commerces.
Há fatores externos ao segmento que acabam estimulando isso também, como o crescimento do home office, que obriga as pessoas a se voltarem para uma rotina que antes se passava na rua ou escritório, mas agora acontece dentro de casa.
Afinal, com o trabalho domiciliar, detalhes como um resfriador de ar, que antes talvez passassem batidos, começam a ganhar um destaque e uma importância muito maior.
Nesse sentido, fala-se mesmo em um movimento de ressignificação do lar.
É justamente aí que surge o Conceito Aberto, que nada mais é do que uma proposta arquitetônica de quebrar as barreiras domésticas, literalmente, por meio de uma medida que abre mão das paredes ou divisórias entre os ambientes.
Naturalmente, esse recurso é tão encantador quanto desafiador, no sentido de que exige vários cuidados e um investimento de tempo e de dinheiro que podem ser bastante exigentes. Por isso, decidimos escrever este artigo, detalhando melhor o assunto.
Além de tratar da questão de por que vale a pena adotar essa medida, também vamos enfatizar as tendências conceituais que dão base a essa escolha, além de mostrar as vantagens e as boas práticas de como implementar o estilo.
O mais bacana é que hoje essa ideia já evoluiu tanto que ela pode ser aplicada aos poucos.
Realmente, o design de interiores é tão envolvente, que às vezes a pessoa começa trocando uma cortina blecaute persiana e acaba em uma mudança estrutural.
Portanto, se você quer entender de uma vez por todas como o seu lar pode ser visto com outros olhos, compreendendo o papel que o próprio Conceito Aberto pode desempenhar nessa transformação, basta seguir adiante na leitura.
Qual é a utilidade do design de interiores?
Mesmo com a popularização desse setor, ainda é comum ouvir dizer que o design de interiores e a decoração são a mesma coisa ou pior, que esse tipo de design não importa tanto assim, como se fosse apenas um luxo ou algo supérfluo.
Na verdade, tudo não passa de uma sucessão de erros e de preconceitos. Primeiro que a decoração lida apenas com um aspecto mais superficial de um ambiente, podendo chegar no máximo ao ponto da harmonização entre alguns itens.
Sendo assim, se uma persiana romana com bandô vai combinar com o tapete e os móveis do local.
Isso, na verdade, se o decorador for bom, pois às vezes até esse requisito deixa a desejar.
Seja como for, o papel do designer de interiores é muito mais amplo, de modo que quando falamos em conceito aberto é a ele que precisamos remeter.
Sendo que sua área de atuação pode incluir as seguintes frentes:
- Estudo e planejamento de ambientes;
- Aplicação ampla de paleta de cores e harmonização;
- Otimização com foco em segurança e saúde;
- Desenho e criação de mobílias customizadas;
- Pesquisa geral de equipamentos e materiais;
- Visão analítica na implementação e manutenção;
- Networking com engenheiros, paisagistas e afins.
Portanto, o profissional formado como designer de interiores é um técnico consultivo, que vai muito além da parte estética de um cômodo, podendo focar até mesmo questões como a segurança do local e a saúde dos que vão frequentá-lo.
Por exemplo, o tapete sala de jantar tem um aspecto de harmonização, certamente.
Entretanto, também toca a questão de como ficará a segurança na hora de trafegar pelo piso, assim como o esforço de evitar reações adversas, que é fundamental.
No caso do Conceito Aberto esse profissional é importante pois as mudanças são, como dissemos acima, estruturais.
Isso quer dizer que elas lidam com pontos multidisciplinares, o que exige, por isso mesmo, uma ótica mais holística e universal.
Uma questão de praticidade
É impossível negar a influência do estilo norte-americano que acabaria impactando o Brasil e o mundo a partir do próprio cinema, como é o caso dos lofts, que aqui chamaríamos de kitnet ou de studio. Mas, o Conceito Aberto vai além, por ser mais completo.
No caso, os lofts e kitnets propõem construções menores, geralmente, para jovens e solteiros, ao passo que o Conceito Aberto pode ser implementado em uma residência maior, ou mesmo em apartamentos completos, com dois ou três dormitórios.
Nesse sentido, podemos falar em uma praticidade incrível, que começa na decoração, que pode ser unificada, em vez de precisar partir do zero em cada cômodo.
Ao abrir mão das paredes da área social, por exemplo, você pode optar por um piso de madeira laminado que abranja todas as áreas envolvidas, como a cozinha, a sala de estar, a sala de multimídia ou de jantar, e até a ligação com algo como uma sacada gourmet.
Ademais, praticidade também remete a outras funcionalidades, tais como uma melhor circulação no dia a dia e uma melhor sensação de amplitude.
Neste sentido, remetemos de novo à segurança e à saúde. Afinal, uma área mais espaçosa favorece o trânsito de crianças e idosos, além de ser mais iluminada e melhor arejada, contribuindo para quem tenha problemas de respiração e afins.
O mesmo vale para quem gosta de contar com visitas, seja para trazer amigos ou parentes, pois a área se torna muito mais receptiva, funcional e agradável.
Sendo que em alguns projetos mais ousados ainda é possível incluir um jardim de inverno, o próprio jardim térreo da casa, um escritório, biblioteca ou mesmo um dos dormitórios.
Portanto, esses cômodos também seriam integrados pelo Conceito Aberto. Nestes casos, é possível fazer uma integração mista, por meio de biombos e divisórias móveis.
O poder de ampliação da área
Além de unificação estética em termos de decoração, da amplitude, da circulação de ar e da luz natural que se expande mais facilmente, podemos falar em outro fator pelo qual adotar esta medida: a ampliação do espaço.
No fundo, isso vai muito além de um benefício estético, pois pode impactar até mesmo psicologicamente as pessoas.
Como no caso do home office que citamos lá no começo, situação em que a pessoa passa o dia todo em casa.
De fato, são vários os fatores que podem impactar emocionalmente, indo desde algo fundamental como manter o local limpo ou um tapete para sala de jantar, até a psicologia das cores e o uso da paleta como modo de estimular.
Tanto é assim que o Conceito Aberto se associa naturalmente a uma mobília e a uma decoração de tipo clean, que tende a considerar apenas o estritamente necessário, ajudando também na ampliação da área e em evitar a sensação de confinamento.
As boas práticas da área
Por fim, é preciso falar sobre a implementação, que no caso de quem queira adaptar uma casa ou apartamento normais pode exigir uma reforma estrutural.
Mas, ela é possível, baseada na extração das paredes, o que é dizer, na exposição das vigas que se tornam colunas mais estilizadas, dispensando a alvenaria.
Essas adaptações são trabalhosas, mas valem a pena, tal como um jardim normal que quisesse receber equipamentos para piscina, exigindo uma adaptação igualmente ampla.
Além disso, é possível transformar um espaço com o Conceito Aberto, especialmente, por meio da mobília e da decoração.
Uma dica de ouro é usar os móveis para fazer uma espécie de divisão imaginária, como um buffet entre a sala e a cozinha.
Os tapetes podem cumprir o mesmo papel, além de ajudarem a definir a funcionalidade de cada ambiente.
Por exemplo, um tapete felpudo na sala e um com estampas de jornal e revista no escritório, ajudando a não confundir onde começa um e termina o outro.
Conclusão
Portanto, o brasileiro tem se interessado cada vez mais por design de interiores e soluções disruptivas, como é o caso do Conceito Aberto, que prescinde de paredes.
As vantagens podem ir desde uma maior circulação de ar ou iluminação da área, até efeitos na saúde de alguns e na psicologia da maioria das pessoas.
Com as informações que trouxemos sobre por que adotar esta medida, fica ainda mais fácil entender do que se trata e até dar os primeiros passos na implementação desse estilo.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.