A compra do tão sonhado imóvel é algo que ainda permeia boa parte do imaginário dos brasileiros. Mas, ao mesmo tempo, está mais para um sonho do que para objetivos que podem ser concretizados. Isso porque faz parte da cultura do país o pé de meia, a poupança, em vez do investimento.
Por sorte, tanto dos compradores, quanto dos corretores, esse é um pensamento que parece dar os primeiros passos para a mudança. Já está se criando a ideia de que a poupança não é o melhor caminho para se juntar dinheiro e, mais importante, de multiplicá-lo para conquistar um novo lar.
Mas por que é importante estar informado sobre investimentos?
Logo de início, a dúvida dos compradores fica em quais são os investimentos mais adequados para a adquirir um imóvel. O papel dos corretores, nesse sentido, é estar sempre informado a respeito do mercado financeiro a fim de compreender quais ativos são mais indicados e podem ser resgatados para comprar uma casa.
Isso porque o mercado financeiro tem ligação direta com o imobiliário: o princípio básico e mais absoluto da oferta e demanda vale tanto para as finanças quanto para os imóveis e age da mesma forma para ambos. Estar a par também de temas como a taxa de juros, oferta de crédito e inflação só ajuda a ter mais clareza na análise e credibilidade para os clientes.
Se formos mais além e pensarmos no LTV (lifetime value, ou tempo de vida dos possíveis clientes), é papel dos corretores também informar possíveis interessados a respeito de investimentos mais rentáveis para comprar um imóvel a curto e médio prazo, no sentido de fazer com que o dinheiro deles valha mais daqui a um, dois ou até três anos.
Com toda certeza, é uma informação valiosa para quem busca comprar um lar e será tão apreciada a ponto de fazer com que se tornem clientes fiéis, ainda que não seja logo de imediato. Então, conhecer sobre o mundo das aplicações é algo que contempla dois mundos distintos (compradores e futuros compradores) e, na prática, colabora para
corretores se tornarem profissionais ainda melhores.
Quais investimentos são ideais para a compra de um imóvel?
De maneira geral, é preciso ter em mente que o perfil de investidor dos clientes será o mais variado possível. Isso significa que, na prática, a origem do capital para comprar um imóvel, seja à vista ou somente a entrada dele, virá de diversos tipos de investimentos.
Como sabemos, existem basicamente a renda fixa e a renda variável, cada uma delas adequada para tipos de investidores distintos. Os mais conservadores virão de aplicações em renda fixa, em sua maioria; já os mais agressivos, podem vir de uma mescla de ambas, ou somente da renda variável.
O mais importante é saber trabalhar com ambas e entender que cada uma tem suas particularidades e, por isso, vantagens e desvantagens próprias. Embora já tenham aplicado seu dinheiro antes da decisão de compra, ainda é possível conversar sobre investimentos com os futuros compradores para que, no caso de financiamento, seu capital
possa render ainda mais.
Antes de mais nada, é importante ressaltar que esse é o que diferencia bons corretores dos excepcionais. Sabemos que o mercado é bastante concorrido e agressivo; então a distinção se faz nos detalhes! Por isso, não tenha medo de fazer uma imersão no mercado financeiro,pois oferece segurança a quem procura o tão sonhado lar.
Agora, de maneira geral, a maior parte das aplicações pode ser resgatada para a comprado imóvel, só é preciso estar de olho na liquidez. Para quem já se programou, não existe nenhum problema, pois provavelmente o prazo do resgate é o mesmo da compra do imóvel; caso contrário, é preciso saber orientar os compradores e alertar para possíveis taxas que
eles tenham que arcar.
As aplicações mais adequadas para a compra do imóvel e, por essa razão, as aplicações que os corretores devem ter mais familiaridade são: o Tesouro Selic, os fundos, o Crédito de depósito bancário (CDB) e as letras de crédito (LCI e LCA).
O Tesouro Selic faz parte dos investimentos mais seguros, atrelado ao governo, sem rentabilidade negativa e ideal para os perfis conservadores; os fundos simples são também pouco arriscados e acompanham o mesmo índice de mercado do tesouro — a taxa Selic; o CDB, por sua vez, é um pouco mais arriscado, mas é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e as letras de crédito, opção mais arrojada, é uma opção bem popular por ser isenta de IR.
O mais importante é ter em mente que o conhecimento sobre o mercado financeiro não é necessariamente obrigatório para corretores, mas como a mentalidade dos compradores vem mudando com o tempo, o ideal é que os profissionais acompanhem essa tendência. Afinal, passar credibilidade aos clientes é fundamental e ampliar os conhecimentos é a chave para o sucesso.