Muita gente já ouviu dizer ou mesmo já está inserida no universo de investimento em casas como modo de aumentar o patrimônio. Alguns compram e vendem, outros alugam, mas nem todos já ouviram falar em fundo imobiliário.
Felizmente, esse número tem mudado cada vez mais, pois a questão dos Fundos de Investimentos Imobiliários (também conhecidos pela sigla FII) está se disseminando pelo mundo todo, inclusive no Brasil, que ainda é um país de terceiro mundo.
Por isso mesmo, já é comum fazer pesquisas na internet e acabar cruzando com termos como avaliacao patrimonial a valor de mercado, juros sobre capital próprio, investimentos seguros de médio e longo prazo, entre tantos outros termos desse nicho.
Inclusive, já não é uma questão de opinião, pois há pesquisas que confirmam essa tendência de crescimento. Se em 2019 os cotistas dos FII mais que triplicaram, em 2020, mesmo com a pandemia, esse mercado surfou uma curva positiva de 76%.
Os dados são da própria CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários, em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Na verdade, já que falamos de pandemia, é interessante notar que o setor residencial foi, no fundo, o que menos saiu impactado.
Portanto, como quem pensa em Fundos Imobiliários pensa em investimento seguro, podemos dizer que se antes esse negócio já era interessante, hoje em dia seu potencial já está mais que comprovado, podendo trazer benefícios a qualquer um.
Porém, nem tudo são flores, pois é preciso entender o que são esses FII antes de se aventurar nesse mundo de aplicações e finanças.
Assim como um técnico de computador completo precisa dominar sua área, investir também não é coisa para amadores.
Isso não quer dizer que você precise sair correndo atrás de um curso superior de Economia e Finanças, ou de Administração de Empresas, pois não existe faculdade que ensine isso.
Entretanto, é preciso ler bastante a respeito e estudar bem os cases da área.
Por isso, este artigo traz aqui os conceitos mais imprescindíveis dessa área, bem como os conselhos que podem fazer toda diferença na hora de realmente arregaçar as mangas e ir para a prática.
Um ponto bacana é que, se decidir comprar uma casa é um processo que passa por todo tipo de análise (desde contratos e questões jurídicas até a parte elétrica e a caixa dagua 500 do imóvel), investir em fundos imobiliários é uma operação mais enxuta.
Portanto, se você quer entender de uma vez por todas como o universo dos FII funciona e começar a fazer seu próprio dinheiro com isso, basta seguir adiante na leitura.
Afinal, o que é fundo imobiliário?
Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) nada mais são que investimentos em ativos ligados ao mercado imobiliário, com base em cotistas, que são os grupos de interessados.
Sendo assim, são investimentos operados na Bolsa de Valores, porém, com foco nesse nicho específico, sempre com a ótica de o investidor que compra as cotas se beneficiar com a valorização dessa mesma cota.
Outro modo de atingir tais vantagens financeiras é com a distribuição de rendimentos, que pode ser operada pelos administradores do Fundo Imobiliário em questão.
O interessante de participar de fundos, é justamente, poder contar com a administração e com o gestor, que é responsável por garantir o desempenho das ações tomadas.
Imagine o ramo de tecnologia, por exemplo, se sozinho você tivesse que entender se é interessante começar investir em uma fábrica de home theater planejado de canto, talvez você encontrasse uma série de obstáculos técnicos e gerais.
Porém, ao investir em um Fundo de Imóveis você não precisa compreender cada detalhe desse nicho de mercado, ou mesmo questões macroeconômicas que podem impactar nele, como preço de matérias-primas que vêm de outro país.
O gestor já tem esse conhecimento, permitindo essa divisão de papéis. De fato, há muitas pessoas que têm o know-how, mas não têm o dinheiro e vice-versa.
Para usar uma imagem como exemplo, é como se fosse uma sociedade, em que geralmente, um sócio entra com o conhecimento da área e o outro com o dinheiro necessário.
Investimento vs. compra
É interessante comparar os Fundos de Investimentos Imobiliários com a compra de um imóvel, como fizemos acima, pois os dois universos estão ligados de algum modo.
Porém, comparativamente podemos dizer que os FII são muito mais vantajosos em termos de retorno no curto, médio e longo prazo.
Afinal, quem já trabalhou com compra, venda ou locação de imóveis conhece as dores desse segmento.
Se um aluguel de gerador 24 horas é um serviço simples, que não dura mais que um dia e exige pouco esforço das partes, lidar com inquilinos e proprietários não é nada fácil.
A grande semelhança entre investimento ou compra e venda é que na maioria das vezes os FII lidam com ativos que nada mais são do que os próprios empreendimentos do setor imobiliário, ou seja:
- Sobrados comerciais;
- Prédios residenciais;
- Edifícios comerciais;
- Shoppings centers;
- Condomínios mistos;
- Armazéns e galpões.
Se lembrarmos que a gestão de compra e venda pode implicar vários ônus e desgastes (que vão desde depreciação ou mau uso dos imóveis até inadimplência), então os investimentos em fundos imobiliários se mostram muito mais vantajosos.
Além disso, as decisões a respeito de cada movimentação, sobre o que será feito com os recursos de um fundo, seguem sempre uma política e um objetivo pré-estabelecido, de modo que até o serviço do gestor é monitorado e racionalizado no processo.
Como dar os primeiros passos?
Depois de entender o que exatamente são e por que investir neles, você precisa entender que por trás dos Fundos Imobiliários sempre existe uma instituição financeira, que é a grande responsável por fazer os trâmites mais burocráticos.
Isso começa pela apresentação do documento que funda a iniciativa, já com cotas em número muito bem definido e limitado pelos objetivos iniciais.
Também é justamente aqui que você já pode se juntar com os primeiros cotistas daquele fundo em questão, sendo que cada um deles tem um ticker (um código) de identificação na Bolsa de Valores.
Aqui também não há grandes diferenças entre os FII e as ações dos demais fundos e empresas, de qualquer segmento ou nicho que seja, o que pode ir desde setores primários como extração de minérios, até serviços como venda de papel de parede 3D.
Uma dica de ouro é, caso você ainda esteja engatinhando nesse cenário, não ir diretamente atrás da instituição que apresenta o fundo à Bolsa de Valores, mas usar um meio-termo.
Trata-se das corretoras de valores, que ajudam na hora de você comprar e vender as cotas que se mostram mais interessantes.
Isso vai tornar o processo ainda mais ágil, seguro e profissional. Hoje há várias corretoras online, com as quais basta manifestar o interesse e passar dados pessoais básicos para cadastro e início das atividades.
As formas de depósito para iniciar seu investimento são bem simples: você compra uma cota realizando uma transferência bancária simples (um DOC, TED ou PIX, por exemplo), e o valor será anexado por meio da própria empresa.
Cuidados a serem tomados
Certamente, mesmo havendo uma instituição financeira por trás do Fundo Imobiliário, e até uma corretora fazendo o famoso “meio de campo”, ainda assim você pode se aprofundar em outros pontos que vão dar ainda mais segurança.
Em termos de valor mínimo de investimento, na Bolsa de Valores é possível começar com cotas não muito altas, porém, algumas corretoras podem ter outras regras.
Aliás, isso traz o ponto de que também há custos e taxas a serem cumpridas, sobretudo como ônus de administração da carteira.
O que determina quanto vai ser descontado de você são os indicadores de referência, então lembre-se de negociá-los com o gestor da sua cota.
Um simples arquivo criado no seu computador, ou mesmo um caderno personalizado A4 já é suficiente para você anotar e calcular todas as taxas de corretagem.
Outro ponto para recordar é o dos impostos implicados. A tributação sobre investimentos no Brasil ocorre por meio do próprio Imposto de Renda, sendo que podem incidir uma alíquota que chega a 20%.
Entretanto, é possível não ser enquadrado nisso, a depender do número de cotistas da carteira, do percentual que você consumiu dela, se a negociação se dá na Bolsa ou nos famosos mercados de balcão, entre outros fatores que você também precisa estudar.
Considerações finais
Enfim, investir em Fundos de Investimentos Imobiliários é um grande negócio, que qualquer um pode começar a fazer desde baixo, com pequenos valores.
Sobretudo se a pessoa já teve o trabalho de comprar e vender imóveis, pois os FII são relativamente mais fáceis.
Além disso, quem já teve um negócio qualquer, como uma loja de comércio, uma pequena fábrica ou uma agência que faz banner com foto, também fica mais fácil entender o mundo dos investimentos, especialmente no tocante a custos e tributação.
Com isso chegamos ao fim, deixando claro o que são os Fundos Imobiliários, por que vale a pena investir neles e como dar os primeiros passos sem arrependimento.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.