A pergunta mais frequente na locação de imóveis é referente ao seu estado de crescimento com a pandemia.
O setor de construção civil e de negociações imobiliárias foi um dos que mais vinham crescendo no Brasil nos últimos anos.
De fato, o crescimento desse setor foi verificado por diversas pesquisas, sendo uma das mais notórias a da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que acusou uma curva positiva de mais de 25%, representando algo maior do que o PIB nacional.
Lembrando que nesse sentido o setor imobiliário inclui desde transações de compra, venda e locação de imóveis, até os nichos transversais como a venda de cortinas e persianas, que compõem a área de Casa, Decoração e Design de Interiores.
O crescimento vinha acontecendo de modo tão promissor, que o Brasil já começava a receber algumas novidades conceituais e disruptivas de países de primeiro mundo.
Um exemplo é a noção de bem-estar imobiliário, que dá saltos de qualidade na área.
Por exemplo, em vez de um condomínio oferecer apenas noções básicas como churrasqueiras e áreas verdes para as famílias, o que tem surgido são verdadeiras cidades planejadas, com serviços exclusivos de lazer, compras e entretenimento.
Já no universo empresarial as inovações não ficam atrás, trazendo conjuntos comerciais de alto padrão com integrações que permitem às firmas mais inovadoras promover áreas de descanso e de socialização para funcionários e clientes.
Isso sem falar na assimilação de elementos ecológicos, como placa solar 300w e outros recursos, que no caso de empresas pode ser algo ainda mais interessante.
Contudo, foi justamente nesse setor que a pandemia mais impactou em termos financeiros.
Afinal, muitas empresas se viram obrigadas a fechar as portas por vários meses, sem que isso implicasse necessariamente uma interrupção na cobrança do aluguel ou uma renegociação em termos de valores e formas de pagamento.
No entanto, o impacto comercial não quer dizer que o universo residencial também não tenha sido prejudicado.
Lembrando que muitas pessoas se viram com salário reduzido ou mesmo desempregadas, o que também influencia na realidade da moradia.
Por isso, decidimos escrever este artigo, explorando aqui não apenas a realidade da locação de imóveis na pós-pandemia ou o que esperar desse cenário, mas também a realidade da transformação positiva que vinha acontecendo antes desse imprevisto.
Além disso, é preciso entender melhor como as imobiliárias podem se reinventar.
Além da questão dos serviços paralelos também impactados, como escritórios de engenharia, de decoração ou de projeto de prevenção e combate a incêndio.
Portanto, se você quer compreender de uma vez por todas como a realidade do mercado imobiliária está e como deverá se comportar daqui para frente, entendendo a fundo o papel da locação de imóveis nesse universo, basta seguir adiante na leitura.
O que diz a Lei do Inquilinato?
O fato de que a pandemia impactou o universo da locação de imóveis já é um dado evidente para todos, haja vista que tanto proprietários quanto inquilinos participaram disso, além de toda divulgação que a grande mídia fez a respeito.
Porém, nem todo mundo entende a questão em sentido legal, o que é importante para quem deseja se reinventar nessa área e voltar a ter alguma estabilidade.
Segundo a própria AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), houve mesmo renegociação de milhares de contratos de locação, sendo que os descontos e abatimentos oscilaram entre 10% e 50%.
Realmente, tirar metade do valor de um imóvel não é pouco, se fosse uma construtora jamais poderia fazer isso, pois todos os custos que ela tem, desde a preparação do terreno até materiais como malha pop 10×10, devem ultrapassar esse percentual.
Quando se fala em locação, porém, às vezes é possível negociar um ajuste dessa natureza.
Entretanto, é preciso frisar um ponto que é a realidade no caso do Brasil: o projeto de lei de suspensão de cobrança simplesmente não foi aprovado.
Sendo assim, os proprietários seguem livres para negociar ou não os reajustes propostos pelos inquilinos.
Só o que precisa ser ponderado é que o mercado não passa por uma situação normal, de modo que às vezes é melhor fazer as negociações.
Poderia acontecer, por exemplo, de um proprietário não diminuir o valor, ou mesmo reclamar o despejo do inquilino, mas nem por isso arranjar outro em tempo hábil.
Por isso, é tão importante analisar as possibilidades, como estamos fazendo neste artigo.
Ponderando todos os pontos
Ao falar em analisar todas as possibilidades que estão em jogo, é preciso aprofundar o assunto como modo de ilustrar do que realmente se trata essa questão em toda sua complexidade.
No caso do despejo de um inquilino, por exemplo, que já vimos que continua sendo um recurso possível para o proprietário, segundo a Lei de Inquilinato vigente, há vários motivos para dizer que nem sempre ele vai trazer a compensação esperada.
Basta imaginar o cenário de um dono exigir que o imóvel seja esvaziado, porém, não conseguir outro inquilino tão facilmente como pensou que seria.
Certamente, dali alguns meses de imóvel desocupado ele já terá perdido mais do que se tivesse renegociado o valor.
Sem falar que para conseguir outro inquilino talvez ele tenha de fazer melhorias no espaço, as quais podem ir desde a instalação ou reparo de um corrimão em alumínio até mudanças estruturais, como na rede hidráulica ou elétrica.
Algumas dessas melhorias são obrigatórias por lei, podendo envolver:
- Segurança da caixa de força;
- Padrões de tomadas e fios;
- Manutenção das canaletas;
- Segurança da rede de água;
- Manutenção da caixa central;
- Padrões de canos e tubos.
Enfim, é preciso levar em conta quanto a locação atual talvez seja mais vantajosa do que esvaziar o imóvel, especialmente se for um conjunto comercial.
Afinal, nestes casos a implicação de fiscalização e obrigatoriedade de melhorias é ainda maior, embora no universo residencial também não seja pequena.
Como reinventar-se de fato?
É fácil falar em reinventar isso e aquilo, ou revisitar tais e quais conceitos. Mas, a verdade é que quando isso é imposto por uma pandemia global, já não parece tão simples conseguir fazer a diferença e superar os obstáculos apresentados.
No caso do setor imobiliário, isso se torna ainda mais dramático, já que as pessoas estavam acostumadas a visitar os imóveis antes de assumir qualquer compromisso ou assinar contratos, fosse de locação ou de compra.
De fato, o futuro inquilino quer abrir as janelas do local, sentir a textura do piso e das paredes, ver como se dá a circulação de ar, tocar as maçanetas e até imaginar como a instalação de divisórias vai impactar naquele cantinho da sala principal.
Por isso, uma dica de reinvenção é investir na tecnologia, como visitas virtuais por meio de plataformas que facilitam a visualização do imóvel.
Hoje há alternativas que permitem “andar” pelo espaço em 360 graus ou algo mais simples, que seria o corretor ir até o local sozinho, e fazer uma videoconferência com o cliente.
Assim, ele pode mostrar em tempo real tudo o que a pessoa interessada pedir, entrando e saindo dos cômodos com o celular nas mãos.
Lembrando que essa transmissão ao vivo pode ser feita sem custos para quem vai transmitir o vídeo.
Quem ajuda a implementar esse tipo de alternativa é o marketing digital, que aliás sempre teve esse desafio no seu horizonte.
Por exemplo, como uma loja de construção pode tornar um martelete rompedor 15kg mais atrativo quando visto pelo e-commerce?
No setor imobiliário, porém, é preciso ir além de simplesmente marcar presença na internet, ou tirar fotos e fazer vídeos dos imóveis.
É preciso influenciar positivamente na própria experiência do cliente, gerando uma ação que seja memorável.
Com isso, a empresa também já consegue fortalecer sua marca na esfera digital, melhorando seu posicionamento nos grandes buscadores e até nas redes sociais, criando assim um círculo virtuoso que tem seu ônus, mas também gera oportunidades.
Sobre as vantagens do aluguel
Ao falar sobre o que esperar no mercado imobiliário pós-pandemia, também é preciso pensar nos modelos de negócio, além das estratégias de marketing.
Aqui é preciso fazer uma apologia da locação, pois ela pode ajudar e muito nesses tempos, a começar pelo ponto que salientamos acima: vazio o imóvel não gera renda nenhuma.
Lembrando que ainda há taxas como IPTU, que podem ser pagas pelo inquilino se houver algum.
Quem quer preservar a área pode criar regras quanto à presença de crianças ou pets como filhote Spitz Alemão, sem proibi-los necessariamente.
Outro ponto vantajoso é a rentabilidade de médio e longo prazo, já que o contrato tem um alcance de no mínimo 12 meses, o que gera um caixa para o proprietário.
De fato, com isso você correrá menos risco do que em outros investimentos.
Conclusão
Concluindo, a pandemia é algo que impactou proprietários, inquilinos e pessoas de todos os tipos. Mas, com a retomada da normalidade é preciso virar essa página.
Por isso, é preciso esperar dificuldades nesse cenário de locação de imóvel, mas também é possível fazer a diferença e por isso mesmo se beneficiar, conforme as informações e dicas práticas que trouxemos acima.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.