O mercado financeiro impacta diretamente na compra e venda de imóveis, bem como nas condições de investimento imobiliário, já que o desenvolvimento de políticas públicas, a própria dinâmica econômica e do capital interferem no preço e nas condições imobiliárias.
Além disso, quando se procura um corretor de imóveis, o cliente ou investidor busca por uma pessoa com credibilidade, capaz de sanar suas dúvidas a respeito da situação econômica e apresentar as melhores soluções em oportunidades imobiliárias.
Por esse motivo, os corretores de imóveis devem não só conhecer sobre o mercado financeiro, mas questões específicas sobre financiamento, taxas e fundos de investimentos, entre outros detalhes que fazem toda a diferença na hora de fechar negócio.
Afinal, isso transmite confiança, credibilidade e profissionalismo. Quanto mais conhecimento o corretor tiver, mais respeito o cliente terá.
Além do mais, ter visão conjuntural e política da economia é uma forma de se destacar na profissão. Isso vale para outras áreas também.
Por exemplo, se um corretor conhece atividades sustentáveis para remoção de terra e entulho, os clientes que precisam desse serviço se sentem mais confiantes em fechar negócio com esse profissional.
No artigo de hoje, saiba por que um corretor tem que entender do mercado financeiro e como esse conhecimento pode ajudar no seu atendimento. Acompanhe a leitura!
Quais tipos de imóveis são afetados por um período de crise econômica?
Essa é uma pergunta muito frequente para os corretores. No entanto, não há uma resposta correta, pois os imóveis afetados no período de instabilidade dependem diretamente do tipo de crise enfrentada.
Por exemplo, durante a pandemia da Covid-19, houve um crescimento na busca por imóveis imobiliários, que ofereciam mais comodidade às pessoas, como apartamentos com portaria remota intelbras, casas com áreas abertas, entre outros.
Isso ocorreu justamente por conta das medidas de isolamento social, que exigiram que as pessoas permanecessem por mais tempo dentro de casa, realizando até mesmo trabalhos em modalidade home office.
Em contrapartida, a pandemia afetou o mercado imobiliário de estabelecimentos comerciais, também por conta das recomendações de isolamento social e decretos, que restringiram a atuação de comércios e demais empresas.
Ao mesmo tempo, também houve uma queda nos serviços de uma demolidora de casas, já que o próprio mercado de construção civil teve uma parada.
Porém, mesmo diante da crise, pesquisas apontam o período entre 2020 e 2025 como o ideal para investir no mercado imobiliário.
De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil irá construir mais de 14 milhões de novas moradias até 2025, o que irá provocar um crescimento acelerado do mercado de imóveis.
Além do mais, a queda abrupta da taxa de juros Selic, aliada ao valor de juros menor dos bancos, fez com que muitas pessoas considerassem a compra da casa própria durante o período de pandemia do novo coronavírus.
Uma pesquisa realizada pela Câmara Brasileira de Indústria e Construção (CBIC), divulgada em maio de 2020, mostrou que as vendas de imóveis nos três primeiros meses do ano tiveram um crescimento de 26,7%.
Isso em comparação ao mesmo período no ano passado. O estudo da CBIC foi realizado em parceira com a Brian Inteligência Estratégica, envolvendo mais de 118 municípios em todo país.
Por outro lado, a pesquisa também registrou uma queda de 14,8% no número de lançamentos no Brasil, contabilizando 18.388 empreendimentos em todo o território nacional. O percentual é menor do que o ano passado.
Como esse estudo do mercado financeiro vai ajudar um corretor?
Imagine ir até um berçário creche e se deparar com uma série de profissionais que não entendem muito de Pedagogia. Provavelmente, isso irá afetar a sua percepção sobre a escola, gerando uma certa desconfiança.
O mesmo vale para as imobiliárias. Os corretores precisam ter algum conhecimento sobre o mercado financeiro e economia para oferecer maior respaldo aos clientes, orientando as melhores ações para a compra e venda de imóveis com segurança.
A seguir, confira alguns conceitos da economia que são fundamentais para qualquer corretor de imóveis.
ITBI
O ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) consiste em um tributo do município, pago à Prefeitura, na aquisição do empreendimento imobiliário, como parte da oficialização e regularização do imóvel.
O pagamento desse imposto é a garantia do acesso aos serviços básicos da Prefeitura, como:
- Asfalto;
- Coleta de lixo;
- Abastecimento de água e esgoto;
- Fornecimento de eletricidade.
O valor é variável dependendo do preço do imóvel, bem como a porcentagem cobrada pela Prefeitura, que também pode variar conforme a região.
Financiamento SAC e Price
O financiamento SAC e Price são duas modalidades de empréstimo bancário, que se diferenciam pela cota de amortização.
É importante que o corretor tenha conhecimento desses dois tipos de serviços, como forma de orientar o melhor tipo de empréstimo, conforme às necessidades e possibilidades do comprador.
Além do mais, é preciso verificar o preço do imóvel e a capacidade de financiamento. Por exemplo, uma casa com sonorização de ambientes residenciais pode ter um preço maior de compra, nem sempre financiável pelo banco.
CDB e CDI
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) são investimentos usados para melhorar o rendimento financeiro.
Quando os corretores conhecem esses investimentos, eles podem não só orientar a melhor forma de poupar dinheiro aos compradores, mas também ganhar uma renda extra.
No caso do CDB, se faz um empréstimo do valor que se deseja para o banco, isto é, se “empresta um dinheiro”. Depois de um tempo, esse valor será devolvido com juros, que podem ser fixos ou não, dependendo do tipo de acordo.
Já no CDI, o banco “pega” um dinheiro emprestado com outro banco.
O interessante é que a taxa de juros para o mercado imobiliário permite não só o investimento em imóveis propriamente dito.
Mas também o aprimoramento e reformas de residências, sendo possível fazer uma calafetação de tacos, entre outros serviços que aumentam o valor agregado.
Fundo Mútuo
O fundo mútuo consiste em um acúmulo de recursos aplicados em ações e títulos imobiliários. Esse valor é oriundo de diversos investidores cotistas, em geral, administrados por corretoras ou bancos de investimento.
Assim como os demais valores oriundos das taxas de juros, esse investimento pode ser ótimo para o investimento de imóveis, mas também para a reforma dos mesmos, podendo raspar assoalho madeira, reformar um cômodo, mobiliar a casa, etc.
Cofins
O Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) é um tributo no valor de 7,6% cobrado mensalmente pelo Governo Federal às empresas privadas.
É importante que o corretor tenha conhecimento dessa tributação, ainda mais quando ele é o próprio dono da imobiliária, ou é especializado na venda/locação de imóveis comerciais.
Imagine, por exemplo, que um cliente deseja abrir uma empresa especializada na assistência técnica desktop e está em busca de um imóvel para locação.
O corretor precisa informar a importância de considerar o Confins como parte do valor gasto pelo locador, dando respaldo em suas decisões.
Sati
O Sati (Taxa de Serviços de Assessoria Técnico-Imobiliária) é um tributo de 0,8% sobre o valor do imóvel cobrado pelas construtoras. Esse montante é destinado ao pagamento de advogados que redigiram o contrato de compra e venda.
No entanto, vale salientar que essa cobrança foi considerada ILEGAL pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Portanto, os corretores que perceberem que seus clientes estão sendo cobrados indevidamente devem avisá-los, já que muitas construtoras mal intencionadas podem fazer a cobrança indevidamente.
Debêntures
As debêntures são os valores mobiliários de uma dívida de médio a longo prazo, sendo usados para garantir a segurança de crédito.
Essas cobranças são normalmente emitidas por sociedades anônimas, públicas ou privadas de capital aberto, representando um investimento de renda fixa.
Diferentemente das ações, nas debêntures, o detentor não é um sócio da empresa, mas sim, um credor.
Conclusão
A decisão de comprar, alugar ou investir em um imóvel não é simples. Há vários fatores envolvidos que vão além das condições financeiras, envolvendo aspectos internos e externos, como a economia.
Por esse motivo, é importante que os corretores imobiliários tenham conhecimento do mercado financeiro e do cenário econômico nacional, como forma de orientar seus clientes da melhor maneira e, assim, contribuir com a tomada de decisão.
Além do mais, esse conhecimento transmite maior confiança, credibilidade e profissionalismo às imobiliárias, contribuindo significativamente para o aumento de vendas e a relação mais próxima com os clientes.
Sendo assim, vale a pena conhecer alguns conceitos básicos do mercado financeiro. Mais do que ajudar o seu público, os corretores podem direcionar seus próprios investimentos e ganhar uma renda extra.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.