Uma tendência inesperada resultante da pandemia da Covid-19 foi a ampliação da venda de imóveis residenciais. Muito disso, deu-se devido a diminuição das taxas de juros de financiamento, diante da crise financeira, em conjunto com a diminuição da Selic.
Com o sonho da casa própria mais próximo da realidade, as pessoas puderam escolher imóveis de sua preferência.
Contudo, as determinações de isolamento social recomendadas para diminuir o contágio do vírus, fizeram com que certos estabelecimentos se transformassem em prioridade para as famílias.
Conforme uma pesquisa realizada pela consultoria BRAIN Inteligência Estratégica, mais de 22% das pessoas que pensavam em comprar um imóvel, conseguiram fechar negócio durante a pandemia.
As regiões Sul e Centro-Oeste tiveram um crescimento notável, com aumento de 23% em junho, 22% no mesmo período, respectivamente.
Já o Sudeste se manteve estável, com 25% de procura por imóveis, enquanto o Norte e Nordeste, apresentaram, juntos, uma ampliação de 18%.
Uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) corrobora com esses dados. Segundo levantamento, o mercado imobiliário teve um acréscimo de 26,7% em 2020.
Esses percentuais surpreendentes mostram o quanto a pandemia contribuiu para os investimentos imobiliários, pois além de um lugar para morar, também é uma oportunidade de geração de renda.
No artigo de hoje, conheça qual tipo de imóvel ganhou mais força durante a Covid-19 e como as imobiliárias se adaptaram durante esse novo período. Acompanhe a leitura!
Qual tipo de imóvel valorizou desde o início da pandemia?
A crise resultante do novo coronavírus trouxe diversas mudanças para o mundo. No Brasil, o aumento da taxa de desemprego fez com que muitas pessoas procurassem alternativas de investimento mais estáveis.
Em conjunto a isso, o empreendedorismo digital se expandiu, ao mesmo tempo em que exigiu a adaptação de vários trabalhos para o home office.
Perspectivas apontam que muitos negócios irão permanecer em regime de teletrabalho, mesmo após o fim da pandemia.
Com isso, há um grande interesse em imóveis residenciais com projeto de sala comercial ou com escritórios, principalmente por contem um espaço adaptado para o trabalho em casa.
Sabemos que é impossível que todos passem a trabalhar em home office, mesmo com a popularização da modalidade. No entanto, a quarentena despertou o desejo por imóveis mais amplos e com cômodos extras.
Além do mais, o mercado imobiliário também registrou uma busca maior por locais com áreas externas, como sacadas, jardins e quintais.
Inclusive, algumas pessoas buscam por serviços de paisagismo fachada residencial para dar um toque mais “verde” à casa. Com isso, é possível despertar sensações de relaxamento, bem-estar e tranquilidade (o que é fundamental em tempos de isolamento).
Com a possibilidade de home office, em conjunto com a necessidade de áreas externas, houve uma valorização dos imóveis em bairros mais afastados do centro metropolitano.
Por exemplo, casas e apartamentos em condomínios fechados, ou até mesmo em cidades do interior e áreas suburbanas.
Como as imobiliárias se adaptaram a esse novo modelo?
As imobiliárias tiveram que se adaptar à nova tendência do mercado, oferecendo opções diversificadas aos clientes.
Em muitos casos, a preferência por imóveis usados é maior, já que é possível encontrar casas com essas características, por preços mais acessíveis.
Além disso, a oferta de imóveis reformados, em que é necessário fazer poucas intervenções, como recuperação do rodapé branco 8cm, ou apenas a pintura das paredes e do teto, também é vantajosa para os clientes.
Isso não tira de cena a oferta de imóveis novos ou ainda na planta. Dependendo das condições do comprador, é possível oferecer residências que podem ser financiadas por programas como o “Minha Casa Minha Vida”.
Mesmo sem nenhuma reforma, os corretores podem usar como argumento a possibilidade de modificar a propriedade conforme os interesses dos clientes.
Além do mais, os imóveis novos já vêm com as reformas mais necessárias, como instalação elétrica externa, pinturas completas, instalação de pisos, entre outros.
Como é o trabalho das imobiliárias durante a pandemia da Covid-19?
Todas essas mudanças causadas pela pandemia da Covid-19 também afetaram a prestação de serviços imobiliários. Muitos corretores tiveram que adaptar as formas de atendimento, para cumprir o isolamento social e oferecer maior proteção aos clientes.
Inclusive, algumas práticas adotadas durante a quarentena pelas imobiliárias deve permanecer mesmo com o fim da pandemia. Destacam-se os encontros digitais e por videoconferência, tours virtuais, entre outros.
A seguir, confira algumas das principais tendências para as imobiliárias nos próximos anos.
1 – Menor burocracia
Até a questão da burocracia é capaz de se tornar facilitada com a pandemia do Covid-19. Hoje em dia, é possível usar assinaturas eletrônicas e documentos totalmente digitais, sem a necessidade de deslocamento para pegar um único arquivo impresso.
Claro que isso não significa o total abandono de mídias físicas. A impressão de folheto a3, por exemplo, ainda é recomendada como ferramenta publicitária para as imobiliárias, mas é possível encontrar outras alternativas e integrar essas mídias.
Espera-se que, em breve, todo o processo de compra de imóveis possa ser feito por intermédio da tecnologia.
Não só apenas nas imobiliárias, mas vários serviços relacionados aos imóveis e construção estão migrando para as plataformas digitais. Dessa forma, é possível fechar o contrato de locação de caçamba entulho, por exemplo, sem precisar sair de casa.
2 – Tours virtuais
Os tours virtuais tornaram-se uma realidade durante a pandemia da Covid-19. Segundo pesquisas na área, esse tipo de visita teve um aumento de 158% desde a crise.
A grande vantagem é que esse tipo de tecnologia traz uma experiência imersiva e bastante intuitiva para compradores ou locadores.
Dessa forma, é possível ter uma ideia conclusiva a respeito das condições de um imóvel.
Os próprios detalhes da casa ou do apartamento podem ser avaliados no tour virtual. Assim, o usuário interessado pode ver a condição de uma plotagem para porta de vidro de um determinado cômodo, por exemplo, sem maiores problemas.
Mercado de imóveis logísticos: outro segmento em expansão
Além dos imóveis residenciais, outro segmento que teve bastante expansão durante a pandemia da Covid-19 foi o mercado de estabelecimentos logísticos, que se manteve estável, mesmo diante da crise econômica.
Embora as restrições governamentais e de isolamento tenham alterado um pouco a dinâmica da logística, como o próprio uso dos imóveis e dos transportes de carga, o aumento de pedidos pela internet trouxe uma verdadeira revolução para os armazéns.
Para atender essa demanda que surgiu do dia para a noite, as empresas precisaram adaptar seus modos de atuação e, como consequência, o investimento em logística foi ainda maior.
A procura por estabelecimentos maiores e seguros, com sistemas de instalação para raio predial e proteção dos perímetros, teve o maior destaque.
O caso dos aluguéis e as renegociações durante a pandemia
Com o aumento do desemprego durante a pandemia, muitos proprietários de imóveis e inquilinos tiveram que sentar à mesa para discutir novos termos de negociação de contratos durante o isolamento social.
De acordo com a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), cerca de 58% dos imóveis comerciais da carteira de locação fecharam novos acordos.
As imobiliárias tiveram que acompanhar essas mudanças, já que estão diretamente envolvidas com os contratos de locação. Entre alguns dos principais termos de renegociação, encontram-se:
- Suspensão ou desconto de aluguéis;
- Refinanciamento de dívidas dos aluguéis;
- Suspensão do aumento da mensalidade;
- Quitação de parcelas após a pandemia.
O segmento comercial é o que mais apresentou taxas de renegociação de contratos de aluguel, em especial, os imóveis que abrigam negócios de pequeno e médio portes que foram proibidos de abrir as portas.
Segundo o levantamento da AABIC, a maior parte dos contratos acordados entre proprietários e inquilinos chegaram a uma redução de 10% a 50% no valor do aluguel.
Grande parte desses contratos é intermediado pelas imobiliárias. Por esse motivo, é necessário que a empresa compreenda as necessidades dos inquilinos e dos proprietários, já que ambos estão enfrentando um momento difícil de crise.
Conclusão
A pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, impactou todo o mundo, causando verdadeiras transformações em vários segmentos, como é o caso do ramo imobiliário.
As medidas de isolamento social e as novas modalidades de trabalho à distância modificaram os interesses da sociedade, ao mesmo tempo em que se observava um aumento significativo na venda de imóveis, devido à estabilidade do investimento.
Diante desse cenário, as imobiliárias tiveram que adaptar seus atendimentos e, ao mesmo tempo, oferecer imóveis que correspondam às necessidades dos clientes.
Fora isso, é preciso acompanhar as tendências do mercado, como as perspectivas de renegociamento de contratos de locação e a busca por imóveis diferenciados, como armazéns e depósitos logísticos.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.