É o objetivo de muitas pessoas financiar um imóvel próprio, afinal, dessa forma é feito um investimento em um bem próprio para sair de vez do aluguel.
O Brasil é um país que oferece várias modalidades de compra de imóveis e a mais procurada e conhecida pela população é o financiamento.
Esta é a forma mais viável para a maioria das pessoas, pois permite que elas adquiram casas e apartamentos pagando pequenas parcelas.
O intermediador é uma instituição bancária, que cede o valor total do imóvel, recebendo-o de volta diluído em pequenos valores. No entanto, para conseguir um financiamento, existem algumas regras e exigências que precisam ser cumpridas.
Com a crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus, muitos profissionais tiveram o direito de receber um auxílio do governo para suprir necessidades básicas, como a alimentação e contas essenciais.
No entanto, algumas pessoas têm dúvidas em relação à maneira de como podem utilizar esse dinheiro, pretendendo, inclusive, investi-lo em um financiamento. Mas isso é possível? Acompanhe o artigo para saber mais.
O que é o Auxílio Emergencial?
O Auxílio Emergencial é um benefício em dinheiro disponibilizado pelo Governo Federal aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados.
O objetivo é garantir a subsistência dessas pessoas durante o enfrentamento da crise gerada pelo Covid-19. Ou seja, é um valor destinado à:
- Pagamento de contas essenciais (como água, luz e internet);
- Compra de alimentos;
- Compra de medicamentos;
- Compra de itens básicos
No entanto, alguns beneficiários, como aqueles que trabalham com aluguel de sala por hora e que ainda possuem alguma renda, podem aplicar o valor para outras finalidades.
Além disso, essas pessoas precisam pertencer a famílias cuja renda mensal por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo, ou cuja renda seja de até 3 salários mínimos.
Apesar de especificar o uso do auxílio para situações emergenciais, algumas pessoas têm usado o valor do auxílio para outros fins, como no pagamento de financiamento de imóveis.
Qual valor mínimo para financiar um imóvel?
A Caixa Econômica Federal é a principal instituição financeira responsável por financiar imóveis no país. É a ela que as pessoas recorrem quando desejam comprar um imóvel financiado.
Quando pensamos em valor mínimo para financiamento pela Caixa, nos referimos às prestações que estão relacionadas à renda da pessoa que solicita esse empréstimo, como no caso de um funcionário de uma empresa de serviço motoboy.
No entanto, existe um limite estabelecido como piso, o que faz com que imóveis de valor inferior não estejam dentro do que é estabelecido pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
Portanto, existe, sim, um valor mínimo para financiar um imóvel. Além disso, outra questão que gera muita dúvida é quanto ao valor de entrada, que geralmente gira em torno de 30% do valor total do imóvel.
Para a Caixa, no entanto, a exigência mínima é de 10% do valor total do imóvel, facilitando para pessoas com renda mais baixa.
O Auxílio Emergencial pode ser investido totalmente no financiamento?
Como vimos, para solicitar um financiamento, é necessário levar em conta o valor do imóvel, o valor da entrada e também a renda do solicitante.
É um tanto difícil que alguma instituição financeira libere esse empréstimo a desempregados e pessoas com renda insuficiente, salvo algumas exceções.
Então, o parceiro autônomo de uma empresa de motoboy para delivery deve solicitar o financiamento, sem considerar o valor do auxílio por diversas razões, tais como:
1 – O auxílio não é permanente
A princípio, o Governo Federal liberou 5 parcelas do benefício, que são mensalmente reavaliadas, para constatar que o beneficiário continua de acordo com os requisitos exigidos.
Portanto, contar com esse valor para pagar a prestação de um imóvel pode ser um erro, pois ele vai acabar e isso pode levar ao endividamento.
2 – O mercado está instável
Com o fim das parcelas, a renda da pessoa será a única que poderá sustentar as demais parcelas do financiamento, que podem durar anos.
Para financiar um imóvel, é necessário ter uma renda que se equilibre, mesmo em meio à instabilidade do mercado. A crise da pandemia deixou tudo mais imprevisível, portanto, todo dinheiro extra deve ser bem avaliado antes de ser empregado.
No entanto, uma dica interessante é usar o que guardar o que sobrar do auxílio, para aí sim juntar com outras reservas e dar entrada em um imóvel, por exemplo.
Pessoas que já têm financiamento e estão com a renda comprometida pela crise, podem usar o benefício para pagamento de parcelas sem maiores problemas.
De qualquer forma, é importante avaliar se você realmente tem condições de assumir um financiamento de longo prazo no momento atual, sem contar com o auxílio.
Quais os impedimentos ao usar o Auxílio em financiamento?
Obviamente, tanto o Governo Federal quanto a Caixa Econômica Federal (responsável pelo pagamento do auxílio) não têm como saber de que forma os beneficiários estão usando o dinheiro.
Ou seja, se o beneficiário deseja fazer a compra do mês ou investir em gesso tabicado, fica a critério dele.
O controle está, de fato, relacionado às pessoas que solicitaram o benefício, ou seja, um monitoramento da real situação dessas pessoas para saber se elas realmente têm direito ou não.
Situações como conseguir um emprego registrado durante o recebimento do benefício podem levar ao cancelamento do mesmo.
Ainda assim, também é preciso considerar que quem libera boa parte dos financiamentos de imóveis no país é a própria Caixa, que também controla o pagamento dos benefícios.
Sendo assim, o banco automaticamente identifica a tentativa de financiamento contando com uma renda extra que não é fixa. Tudo isso levando em conta a renda real do solicitante.
Portanto, é muito mais garantido investir numa nova decoração para onde você mora, comprando, por exemplo, persiana de rolo, do que contar com o Auxílio para pagar o financiamento.
Lembrando, também, que este valor é destinado a despesas básicas e emergenciais devido à pandemia, portanto, cabe ao beneficiário usar o dinheiro de maneira consciente, para evitar rombos no próprio orçamento.
Alternativas para investir em um financiamento
Como vimos, usar o Auxílio Emergencial para começar a pagar um financiamento não é uma ideia muito viável, mas existem outras alternativas legais e acessíveis para a maioria, tais como:
1 – Uso do FGTS
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pode ser usado na compra ou construção de imóvel residencial, como impermeabilização de caixa d’água de concreto, para dar entrada no financiamento, que constituirá parte do valor total.
Além disso, esse dinheiro também pode ser usado para quitar totalmente – ou parcialmente – um financiamento, desde que o contrato tenha sido assinado dentro do Sistema Financeiro Habitação (SFH).
O FGTS também pode abater em até 80% o valor das prestações em 12 meses, desde que o contrato também esteja no âmbito SFH.
2 – Conta poupança
Quem tem um valor considerável na poupança pode usar para investir no financiamento. Inclusive, muitas pessoas usam o FGTS, acrescido ao valor da poupança para comprar imóvel com energia solar para chuveiro.
Dessa forma, é possível dar uma entrada maior, diminuindo a quantidade de parcelas ou o valor delas. Ainda, há a possibilidade de usar o dinheiro acumulado na poupança para quitar boa parte do parcelamento.
Fica a critério do comprador, mas é fato que esta possibilidade ajuda a agilizar a aprovação do crédito, pois é mais uma garantia para o banco.
3 – Renda variável
Renda variável é um investimento do mercado de capitais, assim como existe a renda fixa, existem os produtos da renda variável.
Com ela, a ações são negociadas nas bolsa de valores e as distribuições só são realizadas com o rendimento real da empresa.
Ao usar a renda variável, neste caso, o comprador não financia o imóvel, mas investe em fundos imobiliários, que são aplicações de renda fixa e que garantem a exposição no mercado imobiliário.
É uma maneira de investir em imóveis, sem necessariamente comprá-los, mas que assegura uma renda extra ao comprador.
Conclusão
Ter a casa própria é o sonho de muitas pessoas, e isso é compreensível, afinal, ter um imóvel com ou sem adega de vinhos e não precisar mais pagar aluguel é uma conquista para a vida.
Só que estamos falando de um investimento que, para a maioria, significa assumir uma dívida de anos, apesar de muito compensadora.
Usar o Auxílio Emergencial neste investimento pode não ser uma boa ideia, uma vez que você poderá não conseguir continuar arcando com o pagamento da casa ou apartamento após as parcelas do benefício se encerrarem.
Se este for o seu caso, tudo bem, caso contrário, aproveite esta ajuda do Governo Federal para ganhar tempo e se estabilizar para quando a pandemia acabar.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.